sábado, 1 de outubro de 2011

A Hyundai e o país que quer ser sério e não consegue...


Todo mundo diz que o Brasil não é um país sério. Mas é difícil um país querer ser sério se sua elite, que deveria dar o exemplo, parece viver dentro de um picadeiro fazendo palhaçadas.

Novamente venho fazer uso de um exemplo automotivo. A Hyundai aprontou de novo no Brasil e os riquinhos estão se sentindo lesados, querendo ir ao procon e tudo mais. Quer saber? BEM FEITO!!!

Vamos à palhaçada.

A Hyundai, montadora coreana outrora fabricante de carros genéricos, resolveu ser igual aos japoneses (seus inspiradores) e em um projeto de longo prazo, tornou seus carros mecanicamente tão confiáveis quanto os nipônicos. Só que custando mais barato.

Objetivo conquistado, deu mais dois passos: 1) dotou seus carros de maior quantidade de itens de conforto e tecnologia e 2) contratou designers europeus. O resultado está aí. Hoje, a Hyundai é tão desejada quanto os carros do país do sol nascente.


No Brasil, produtos como Tucson, Santa Fé, Vera Cruz, Azera e i30 deram uma aura de status aos coreanos. Produtos avançados tecnologicamente, confiáveis mecanicamente, recheados confortavelmente e mais baratos financeiramente.

Mas os olhos cresceram e como nossa elite é cheia de palhaços, logo nosso país não poderia ser tratado de forma séria pra sempre, né?



Numa estratégia de marketing considerada suicida em qualquer país sério, mas aplaudida aqui como "ousada", um novo produto (Veloster) passou a ser vendido ANTES de chegar aqui, ANTES de ser visto ao vivo e ANTES de ser realizado qualquer test drive.

Em outras palavras, em agosto as concessionárias da Hyundai passaram a vender um carro virtual. Os abestados consumidores davam sinal de sete mil reais para "segurar" o carro. Como eu disse, sem ver o carro ao vivo, sem dirigir, sem porra nenhuma. O carro custaria em torno de 60 mil reais.



A Hyundai inundou as grandes revistas de circulação nacional com anúncios que prometiam coisas e mais coisas de série em um pseudo-esportivo (só eu achava ridículo um carro "esportivo" com motor 1.6?). Os palhaços da elite brasileira provocaram fila de espera, acredite!!! A Hyundai deve ter rido muito desse picadeiro...

Então, o carro chegou. E as decepções vieram junto:

  • O motor 1.6 foi anunciado com 140 cavalos e injeção direta (mais desempenho, menos consumo de combustível). Veio um motor "normal", com 128 cavalos...
  • As rodas de aro 18 não existem...
  • Na propaganda é mostrado um carro vermelho. O branco chegou a ser vendido pelas concessionárias. Mas só vai vir preto e prata, como sempre. E quem comprou o branco? Reclame ao bispo...
  • Não existem faróis com leds, nem com canhões de xenon, como mostrados nas propagandas...

E AZELITES que pagaram sete mil reais para reservar um carro que não existe querem entrar na justiça... BEM FEITO!!!!! Tomara que as concessionárias NÃO DEVOLVAM nenhum centavo feito na reserva para esses deslumbrados aprenderem!!!!

Tecnicamente, a Hyundai não cometeu nenhum crime. Propaganda enganosa, vá lá (no máximo o CONAR tirar as propagandas do ar) mas compra quem quer, é enganado quem quer. Comprar um carro sem ver pessoalmente e sem dirigir e depois reclamar que foi ludibriado? Ah, vá tomar no...

E detalhe, o carro que iria custar 60 mil reais está saindo por 75 mil.

Pior, há fila de espera.

Muito pior que isso, o Elantra já está sendo vendido como o melhor carro de todos os tempos e mais caro que o Corolla e o Civic, mais de 71 mil reais.



E também há fila de espera.

MEL DELZ...

Um comentário:

  1. Sem falar nas garantias que ela tá oferecendo para os veículos... alguem ae já teve sua garantia expirada? Novidade a gente tem de esperar maturar primeiro... ja dizia os bons senhores de idade que compram seus carros na Ford hehehe... Novidade "pra se mostrar" é igual mentira... tem vida curta. Concordo... bem feito para os palhaços que reservaram o carro prontos para se mostrar aos "amigos"... agora... amargura... compra o velho civic ou corolla que já ta ae, tem revenda, garantia e é garantido... é só perguntar pra quem tem um... com tempo de mercado e consolidado é fácil ouvir a frase: eu tenho, não me arrependo e "não quebra"...

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