A MORAL DA RELATIVIDADE
Intrigante perspectiva sobre os valores da bancada religiosa no Congresso Nacional ficou explícita na polêmica sobre o kit anti-homofobia. Os deputados ameaçaram endossar o pedido de investigação de Antonio Palocci se não houvesse recuo do governo. Não quero crer que os parlamentares tenham cogitado pedir a investigação de alguém que julgassem inocente só para fazer chantagem. Seria algo bem pouco cristão. Assim sendo, uma vez que decidiram não mais endossar a convocação do ministro para se explicar, resta demonstrado que, para eles, a orientação sexual é uma questão moral mais relevante, mais grave, que a honestidade, a probidade. Preferiram boicotar um material pedagógico que, embora mal feito e equivocado em alguns aspectos, pretendia combater o preconceito. E, em troca, os mesmos deputados, tão ciosos com a moralidade sexual, aceitaram jogar para debaixo do tapete a suspeita de enriquecimento ilícito do ministro mais poderoso do governo. Deus está vendo...
Érico Firmoericofirmo@opovo.com.br
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