terça-feira, 3 de maio de 2011

Últimos longas de abril

Feito para chorar

"As Mães de Chico Xavier" perpetra uma covardia com quem vai assistir. Leve o lenço, você vai precisar. Os minutos finais são comoventes e para completar ainda inventaram de colocar "Sal da Terra" do Beto Guedes para finalizar o filme. As lágrimas não brotam, simplesmente jorram.

O choro teve de ser engolido na marra porque os pais da cara-metade estavam com a gente. Queimação de filme não rola, né?

O filme é bem feito, bem montado, os furos não comprometem, apesar do momento "Ghost - do outro lado da vida" ter ficado um pouco fora de propósito. Nelson Xavier parece ter nascido para interpretar Chico, tamanha a paz que consegue passar.

Além disso, o filme foi gravado aqui no Ceará, com destaque para Guaramiranga e Passeio Público. Um filme produzido com muita sensibilidade, tocando em temas delicados sem cair na pieguice gratuita.

Assista antes que saia de cartaz!

Rio do bem e do mal


Ao assistir "Rio", me senti como se estivesse assistindo a um desenho animado clássico de Walt Disney, tamanha a poesia e maestria das cores das coreografias (acontecem em boa parte do filme, mas o destaque está no começo). Me senti com oito anos de idade de novo. Um desbunde, um orgasmo visual.

A história é aquela coisa boba de sempre, salvação da espécie rara, blá, blá, blá e tudo acaba dando em merda, com sequestros e tudo, mas o bem vence no final. O final do filme foi ridículo e mentiroso, obviamente abrindo brechas para uma continuação. As araras-azuis são um tremendo clichê (homem tímido tentando conquistar mulher desenrolada), mas os coadjuvantes são o verdadeiro show do filme (os pássaros sambistas, a gangue dos macacos, o buldogue babão sambista fazem o ingresso valer cada centavo).

A reconstituição da Marquês de Sapucaí é um deleite aos olhos. Caramba, como conseguiram reproduzir todo o luxo do carnaval ali?!?!? O samba é muito contagiante e o melhor do filme foi quando um personagem tentou cantar um funk e foi devidamente vaiado... graças a Deus tiveram bom-senso, né?

O Rio de Janeiro teve seu filme queimado na reconstituição das favelas. Mas faz parte. Paisagens lindíssimas constrastando com aquela coisa suja e grotesca das favelas cariocas, com a gangue de macacos furtando pertences de turistas - qualque semelhança com a realidade NÃO é mera coincidência. Mas não acho que isso vá afastar futuros turistas, afinal, quem sobe morro pra conhecer pobreza é antropólogo...

Assista!

Enrolados no tédio

Fui enganado, só não peço meu dinheiro de volta porque assisti ao "Enrolados" na casa do meu pai. Meses atrás, o interessante trailer mostrava uma Rapunzel cheia de atitude lembrando muito a Noiva do Kill Bill. No filme encontrei uma personagem que, embora carismática, era uma cagona medrosa insuportavelmente inocente e boazinha.

O melhor do filme, como sempre, está nos coadjuvantes. As caras e bocas do cavalo (que agia como cachorro ?!) e o camaleão sempre roubam a cena.

Mas o mais irritante, o que me fazia ficar com ódio era a cantoria... no PIOR estilo do chatíssimo (porém cultuado) "Noviça Rebelde". Se você não gosta desse clássico, não assista "Enrolados". Os personagens começam a conversar e não mais do que de repente, estão cantando... há quem goste, eu corro léguas de distância.

Assista se você for criança ou tiver filhos pequenos (aliás, deixe-os assistindo sozinhos).

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